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  • Brasil bate recorde com 93% de produção de energia limpa gerada em 2023 vindo de fontes renováveis


  • As hidrelétricas são responsáveis pela maior parte da geração. Produção por usinas eólicas e solares obtiveram um aumento de 23,4%.

O Brasil alcançou um recorde na produção de energia limpa em 2023 obtendo 93,1% de toda a energia gerada vindo de fontes renováveis. 

Esses dados foram obtidos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e divulgados nesta sexta-feira (2).

Em geral, foram gerados no país 70,2 mil megawatts médios (MWm) no ano passado, através de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e também de biomassa.

As hidrelétricas são responsáveis por mais da metade da energia que foi gerada em 2023, com 50 mil MWm apresentando um crescimento de 1,2% com relação as ano anterior (2022).

As usinas de geração eólica e solar alcançaram juntas a produção de 13 mil MWm, o que representa uma alta de 23,8% em relação a 2022.

"O avanço foi puxado pelo cenário climatológico favorável, em especial para a produção de energia solar, e pela entrada de novas usinas no Sistema Interligado Nacional", declarou a CCEE.

Esse crescimento na produção ocorreu por conta das novas unidades de produção que aumentaram a capacidade instalada no país em 42,6 mil MW – o equivalente a três usinas de Itaipu.

A geração de energia por meio da biomassa, utilizando principalmente o bagaço da cana-de-açúcar, foi de 3,2 MWm, um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior.

"Nos próximos anos, a abertura do mercado livre de energia para toda a alta tensão, já operacionalizada desde janeiro, deve impulsionar ainda mais a demanda por energias renováveis", disse em nota o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.

A Câmara de Comercialização também destaca um crescimento de 63,9% na geração de energia distribuída – quando os próprios consumidores produzem sua energia. 

Nesse acaso a produção de energia ocorre principalmente a partir de placas solares nos telhados das casas. Esse montante é injetado na rede da distribuidora local.

Segundo a CCEE, se não houvesse geração distribuída, o consumo residencial e de pequenas empresas no ano de 2023 teria sido de 5,9% e não 2,5%.

Na última quinta-feira (1º), a CCEE divulgou um aumento de 3,7% no consumo de energia no Brasil, sendo o maior dos últimos anos. As ondas de calor no ano passado são o motivo maior para o crescimento da demanda.